Santo de casa não faz milagre
E quando o país chafurdava no lamaçal de toda sorte de prevaricação possível no universo, eis que surge o homem. Já rezava a profecia sobre a inadvertida vinda do salvador; e aquele era um momento propício, ainda que inopinado.
Era um guerreiro. O rosto com um semblante que aparentava um cansaço perene, a barba bem farta e mal feita, o homem não loquaz mas que sabia falar a coisa certa na hora certa e de maneira popular e acessível ao povo qual se propôs salvar. Subiu na montanha improvisada em meio à milhares de súditos no ABC paulista e começou seu sermão, um dos mais incisivos da carreira, que o fez adquirir a fé do mais agnóstico operário presente. Que pena que Gandhi não assistiu. Um senhor maltrapilho, sujo de graxa e cheirando a óleo de máquina disse: "É o homem! Eu sei que é o homem!"; um outro trabalhador da região foi mais profético e apareceu com um cartaz: "Presidente do Brasil"! Esse último hoje provavelmente deve ter sido promovido ao cargo de ministro e assumido a pasta das Relações Internas Entre Apóstolos.
E assim, entre mensagens e discursos, o messias brasileiro foi carregando multidões e escrevendo sua página na história do país. Foi duramente perseguido pelos centuriões do Estado quando do período de repressão; voltou a ser perseguido por eles (ou equivalentes) após a abertura política. Até que chegou o começo do fim.
Isso foi em sua primeira candidatura à presidência, a primeira eleição em que o presidente seria eleito direto a partir de sufrágio com consulta popular. Era sua grande chance. Suas idéias estavam impregnadas em boa parte da população, o que, indubitavelmente, o colocaria em posição privilegiada durante o pleito. Só não contava com a astúcia de algumas oligarquias remanescentes sobretudo do clientelismo militar. A imprensa ofereceu-o e seu êmulo do segundo turno para o povo brasileiro, lavou as mãos e o Barrabás venceu.
Mas eis que no segundo turno da terceira re-candidatura, ele ressuscita dessa vez mais poderoso, diante de um povo mais vulnerável e carente e, como prevera aquele senhor do ABC (que deve ser ministro hoje), transforma-se no Presidente da República.
Isso há 3 anos. Hoje, ele continua deveras intocável, mas até agora ninguém encontrou o paraíso e seu governo a cada dia aproxima-se do inferno. Seus acólitos o colocaram em uma inimaginável sinuca de bico e agora ele tem que condenar os seus para mostrar que ainda é o senhor das multidões. Diga-me com quem andas e direi quem és.
O povo continua absorto em sua fé enquanto o salvador não vem. Mas virá. Oh, se virá...
Era um guerreiro. O rosto com um semblante que aparentava um cansaço perene, a barba bem farta e mal feita, o homem não loquaz mas que sabia falar a coisa certa na hora certa e de maneira popular e acessível ao povo qual se propôs salvar. Subiu na montanha improvisada em meio à milhares de súditos no ABC paulista e começou seu sermão, um dos mais incisivos da carreira, que o fez adquirir a fé do mais agnóstico operário presente. Que pena que Gandhi não assistiu. Um senhor maltrapilho, sujo de graxa e cheirando a óleo de máquina disse: "É o homem! Eu sei que é o homem!"; um outro trabalhador da região foi mais profético e apareceu com um cartaz: "Presidente do Brasil"! Esse último hoje provavelmente deve ter sido promovido ao cargo de ministro e assumido a pasta das Relações Internas Entre Apóstolos.
E assim, entre mensagens e discursos, o messias brasileiro foi carregando multidões e escrevendo sua página na história do país. Foi duramente perseguido pelos centuriões do Estado quando do período de repressão; voltou a ser perseguido por eles (ou equivalentes) após a abertura política. Até que chegou o começo do fim.
Isso foi em sua primeira candidatura à presidência, a primeira eleição em que o presidente seria eleito direto a partir de sufrágio com consulta popular. Era sua grande chance. Suas idéias estavam impregnadas em boa parte da população, o que, indubitavelmente, o colocaria em posição privilegiada durante o pleito. Só não contava com a astúcia de algumas oligarquias remanescentes sobretudo do clientelismo militar. A imprensa ofereceu-o e seu êmulo do segundo turno para o povo brasileiro, lavou as mãos e o Barrabás venceu.
Mas eis que no segundo turno da terceira re-candidatura, ele ressuscita dessa vez mais poderoso, diante de um povo mais vulnerável e carente e, como prevera aquele senhor do ABC (que deve ser ministro hoje), transforma-se no Presidente da República.
Isso há 3 anos. Hoje, ele continua deveras intocável, mas até agora ninguém encontrou o paraíso e seu governo a cada dia aproxima-se do inferno. Seus acólitos o colocaram em uma inimaginável sinuca de bico e agora ele tem que condenar os seus para mostrar que ainda é o senhor das multidões. Diga-me com quem andas e direi quem és.
O povo continua absorto em sua fé enquanto o salvador não vem. Mas virá. Oh, se virá...
8 Comments:
At 20/1/06 4:30 PM, Anônimo said…
c sabe que sou seu fã neh, por que vc ñ publica as coisas que jah escreveu, quem sabe a mente que vc tem certeza vai espalhar pra todos verem seu talento, ídolo!!!!!!!!!rsrsrsrsrsrs
At 20/1/06 4:48 PM, Ricardo Ferreira said…
"A Última Tentação de Cristo" vista por Nicolas Ferreto?
At 21/1/06 12:46 AM, Caique said…
Muito boa a analogia entre o messias e lulinha... quem seria o judas? e o satanás?
At 21/1/06 1:29 AM, Anônimo said…
Olá!
Eu vi o seu blog numa comunidade do orkut e gostei, gostei mesmo.. parabéns!
At 21/1/06 9:26 AM, Rafael Melo said…
Boas perguntas, Kaique. Deixo a vc(s) a livre prerrogativa da resposta.
abraço!
At 23/1/06 9:21 AM, Anônimo said…
KKKKKKKKKKK vou mandar o endereço pra uns ``companheiros´´ de trabai rsrsrsr kda dia mió em Rafa !!
At 24/1/06 10:25 PM, Anônimo said…
Vc é mt bom com as palavras Rafa...vá em frente...mostre seu valor!
Bjs!!
At 4/7/06 12:06 PM, Anônimo said…
Oi, passso aqui novamente para apreciar as pérolas do atual e breve futuro grande escritor brasileiro, parabens Rafa, vc escreve com a alma de uma andorinha de férias (kkkkkkkk).
E com o amor de um amante duma camélia francesa. Beijinhos e boa sorte na sua jornada.
vc tem futuro.
Renata!
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